Mnemosine Ilustrada Associação Cultural

“Dos séculos me chegam estas vozes

e de tantos países!

Quando cantam,

uns falam dos mistérios da natura;

outros me acordam para a vida e a morte;

ou cantam de altos feitos, recordando

as eras já passadas; outros brincam,

esqueço a tristeza, fazem-me sorrir.

Alguns há que me ensinam a sofrer,

a não sentir saudade, a conhecer-me.”

Petrarca

Epístola Latina a Giacomo Colonna

A Memória é um tempo e um espaço quase infinito. Nela, cruzam-se glórias e infortúnios, guardam-se virtudes e grandezas e outras múltiplas faces da vida, onde se aliam verdades, mentiras e alguns olhares despudorados.

A sua fortuna é, por isso, um esteio do Homem e das ciências sociais e humanas, ajudando-nos na construção de uma história colectiva, familiar ou individual. Ousaremos dizer, neste contexto, que constitui o lastro imprescindível que serve de guia a cada um e a todos nós, ora no presente, ora no futuro.

Os seus veículos evoluíram. A narração, os gestos, os rituais, a escrita, a imprensa, a fotografia e o computador constarão de uma listagem essencial. O seu âmago, contudo, permanecerá inalterado. A eternidade dos factos, onde as ideias e a identidade são a matriz sempre presente e um contributo para a organização do futuro.

Neste postulado, pelo desejo de guarda e “democratização” da Memória, propomo-nos, no cumprimento de um dever cívico, contribuir para a sua preservação e dar-lhe uma maior vivacidade pela merecida exposição pública.

Focar-nos-emos nas memórias da casa para melhor compreendermos aquele território, os hábitos e comportamentos dos seus habitantes. No entanto, estaremos muito atentos à transversalidade das matérias, pelo que se torna imprescindível cruzar a arte, a literatura, a antropologia, a sociologia de entre muitas outras que se afiguram essenciais neste devir.

Guardaremos cartas, declarações de amor, receitas de culinária e menus, recados, palavras e apontamentos soltos, ordens escritas, contas, salários, facturas e recibos, enfim, guardaremos tudo o que permita compreender a vida quotidiana e, consequentemente, a História. Nesta guarda, não enjeitaremos os textos anónimos, nem objectos aparentemente insignificantes, desde que os consideremos documentos históricos.

Sobretudo, e essa tarefa é fundamental, para além da guarda e preservação, pretendemos o diálogo com a informação recolhida, reconhecê-la enquanto nossa herança, encruzilhá-la no tempo presente e permitir a sua projecção no futuro.

Por isso, nesta acção não somos movidos exclusivamente pelo interesse no estudo e na divulgação do conhecimento, pois, como escreveu Le Goff, desejamos que “a memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta”, procure “salvar o passado para servir o presente e o futuro”.

Quem Somos

“In fact, heritage is not history at all; while it borrows from and enlivens historical study, heritage is not na inquiry into the past but a celebration of it, not na effort to know what actually happened but a profession of faith in a past tailored to presente-day purposes.”

David Lowenthal

O projecto que nos propomos conceber, assenta na criação de uma associação cultural, de carácter privado, sem fins lucrativos, que durará por tempo indeterminado, e que se localizará na Rua Direita, nº8, no Vimieiro, concelho de Arraiolos.

A associação pretende agregar uma equipa de trabalho com a maior pluralidade de conhecimentos e diversidade etária, cimentando a sua unidade na constatação da importância da cultura e da preservação de uma identidade cultural.

Por questões de natureza logística, pela proximidade a Lisboa e pela riqueza patrimonial da região, a Associação ficará sediada no Vimieiro.

Actualmente, a importância que a cultura possui no desenvolvimento dos diferentes territórios é largamente reconhecida. Por outro lado, numa outra vertente, menos direccionada para a economia e mais condizente com os nossos objectivos, surge cada dia mais presente a absoluta necessidade de proteger os sítios, as colecções ou, quiçá, uma simples e desorganizada colectânea de papéis ou objectos.

É neste sentido que se torna fundamental a criação de um projecto de cariz cultural, assente em características diferenciadoras. Desta forma, a Mnemosine Ilustrada Associação Cultural torna-se pertinente por 3 razões essenciais: 1º Salvaguarda de património de cariz diverso; 2º criação de um espaço museológico diferenciado; 3º divulgação cultural e transmissão de conhecimentos através de acções diversificadas.

Missão

A Associação “Mnemosine Ilustrada Associação Cultural” tem como missão: preservar e divulgar o(s) património(s) através da execução de um plano de actividades neste âmbito; incentivar a leitura, o debate e a partilha de conhecimentos, relevando o património e a cultura como bens e promovendo uma interacção entre diversos parceiros e instituições.

Objectivos gerais

A promoção, patrocínio, preservação e divulgação do património de carácter cultural, histórico, arquitectónico, científico e educativo, o desenvolvimento de acções de investigação e estudo nos domínios da história do quotidiano, das artes decorativas, da arquitectura, da antropologia e da literatura. Desenvolver uma actividade editorial consonante com os nossos obejctivos, promover a organização e manutenção de um arquivo, uma biblioteca e a gestão de um espaço museológico.

Associados

Consideramos que o factor mais importante para a Associação é o número de associados e participantes nas actividades. O nosso objectivo principal é poder partilhar ideias e promover o debate com o maior número possível de intervenientes. A participação de todos na vida associativa afigura-se-nos fundamental.

Desta forma, apesar das necessidades financeiras de uma associação cultural serem avultadas e de não termos outro financiamento para além das quotas, decidimos que os associados não deverão pagar qualquer jóia, ficando obrigados, exclusivamente, ao pagamento de uma quota mínima de 1 euro por mês, paga numa prestação única anual, num total de 12 euros.

Em contrapartida terão direito a benefícios futuros, tais como: descontos em actividades e nas publicações, acesso a todas as informações constantes do Site, para além da participação em iniciativas exclusivas para associados.

Parcerias

Consideramos fundamental que se estabeleçam parcerias com outras associações culturais, instituições, empresas e com todos aqueles que, no futuro, poderão ajudar-nos no cumprimento da nossa actividade.

Estatutos

Artigo 1.º

Denominação, sede e duração

A associação, sem fins lucrativos, adopta a denominação MNEMOSINE ILUSTRADA ASSOCIAÇÃO CULTURAL, tem a sua sede na Rua Direita, nº 8, Vimieiro ARL, freguesia do Vimieiro, concelho de Arraiolos e constitui-se por tempo indeterminado.

A associação tem o número de pessoa colectiva 516559303 e o número de identificação na segurança social 25165593031.

Artigo 2.º

Fim

A associação tem como fim promover e patrocinar a preservação e divulgação do património de carácter cultural, histórico, arquitectónico, científico e educativo, o desenvolvimento de acções em investigação e estudo nos domínios da história do quotidiano, das artes decorativas, da antropologia e da literatura. Promover a organização e manutenção de arquivo e biblioteca e gestão de um espaço museológico.

Artigo 3.º

Receitas

Constituem receitas da associação, designadamente:

A jóia inicial paga pelos sócios;
O produto das quotizações fixadas pela assembleia geral;
Os rendimentos dos bens próprios da associação e as receitas das actividades sociais;
As liberalidades aceites pela associação;
Os subsídios que lhe sejam atribuídos.

Artigo 4.º

Órgãos

São órgãos a assembleia geral, a direcção e o conselho fiscal.

O mandato dos titulares dos órgãos é de 3 anos.

Artigo 5.º

Assembleia Geral

A assembleia geral é constituída por todos os associados no pleno gozo dos seus direitos.

A competência da assembleia geral e a forma do seu funcionamento sãos os estabelecidos no Código Civil, designadamente no artigo 170º e nos artigos 172º a 179º.

A mesa da assembleia geral é composta por três associados, um presidente e dois secretários, competindo-lhes dirigir as reuniões da assembleia e lavrar as respectivas actas.

Artigo 6.º

Direcção

A direcção, eleita em assembleia geral, é composta por 7 associados.

À direcção compete a gerência social, administrativa e financeira da associação, representar a associação em juízo e fora dele.

A forma do seu funcionamento é estabelecida no artigo 171º do Código Civil.

A associação obriga-se com a intervenção de duas assinaturas.

Artigo 7.º

Conselho Fiscal

O conselho fiscal, eleito em assembleia geral, é composto por 3 associados.

Ao conselho fiscal compete fiscalizar os actos administrativos e financeiros da direcção, fiscalizar as suas contas e relatórios, e dar parecer sobre os actos que impliquem aumento das despesas ou diminuição das receitas.

A forma do seu funcionamento é a estabelecida no artigo 171º do Código Civil.

Artigo 8.º

Admissão e exclusão

As condições de admissão e exclusão dos associados, suas categorias, direitos e obrigações, constarão de regulamento a aprovar pela assembleia geral.

Artigo 9.º

Extinção. Destino dos bens.

Extinta a associação, o destino dos bens que integrarem o património social, que não estejam afectados a fim determinado e que não lhe tenham sido doados ou deixados com algum encargo, será objecto de deliberação dos associados.